Outubro é o mês de conscientização em relação ao rastreamento do câncer de mama. Nossa campanha, Ela contra o Câncer, está em sua segunda edição, esse ano totalmente online, em virtude da pandemia. Várias lives, vídeos, posts e aulas estão acontecendo até o final do mês. Confira no nosso instagram: @elamaternidade. Hoje, trazemos um texto com uma reflexão interessante, feito pela psicóloga Fernanda Moraes, sobre a importância dos cuidados com a saúde mental no tratamento do Câncer de Mama.
Confira:
As doenças que ameaçam a vida, como o câncer, criam situações especiais de estresse para os pacientes e suas famílias. O câncer é uma doença muito temida, que a maioria das pessoas sabe que pode ser intensamente dolorosa e levar a invalidez, ao desfiguramento ou a morte. Os efeitos colaterais físicos do tratamento estão juntos com os fatores emocionais, como a incerteza da sobrevivência, sentimentos de dependência associados ao tratamento de longa duração e a necessidade constante de tomar decisões difíceis em um momento de turbulência emocional. Muitos pacientes apresentam sentimento de impotência, solidão e depressão. Mesmo quando o tratamento é bem sucedido e a doença está controlada, o medo, o estresse e a incerteza continuam.
A ameaça de recorrência pode permanecer até o resto de suas vidas. Os sobreviventes do câncer também enfrentam trauma emocional associado às suas experiências, as vezes desencadeando um estresse pós traumático. No tratamento do câncer de mama, embora a maioria das mulheres enfrente bem o tratamento, uma quantidade significativa delas sente-se perturbada, triste e com medo do futuro após o tratamento.
Esses sentimentos são muitas vezes agravados pela fadiga que normalmente ocorre após um regime de medicamentos contra o câncer – fadiga que certas pacientes podem pensar que a doença está voltando. É importante a paciente saber o que é esperado sentir após o tratamento, e através de uma psicoeducação e intervenção psicológica esclarece e cuida dos aspectos emocionais para propiciar uma melhor qualidade de vida a essas pacientes. Pesquisas mostram que a personalidade interfere no estilo de enfrentamento que uma pessoa utilizará diante do câncer. As maiores preocupações para as mulheres com câncer de mama são o medo da recorrência, a dor e a morte.
Os riscos decorrentes do tratamento, os problemas financeiros e as preocupações com a autoimagem representam um nível moderado de preocupação. As vítimas de câncer que “se entregam” do ponto de vista psicológico, que não estão dispostas a lutar contra a doença tem desfechos piores do que aquelas que mantém um “espírito guerreiro”. A negação e a impotência atrapalham. Uma disposição otimista no momento em que o câncer é diagnosticado está associada a um estilo de enfrentamento ativo e envolvido e a menos perturbação psicológica ao longo do tempo. Por isso, é muito importante e valioso cuidar da saúde mental no tratamento contra o câncer. Cuide-se! Respeite-se com muito amor!